Confira os dados de todas as capitais: SP | Rio | BH | Curitiba | POA | Brasília
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O ano de 2024 foi marcado por uma desaceleração nos preços nas principais capitais do país. É o que revela o índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb, divulgado hoje.
Apesar da alta acumulada menor, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba fecharam o ano de 2024 com o maior valor nominal do metro quadrado já registrado em toda a série histórica do indicador, iniciada em 2019. As únicas exceções foram Porto Alegre e Brasília.
“O crescimento da economia, com a queda do desemprego e o aumento real da renda das famílias, acabou favorecendo o aumento do custo em 2024, ainda que em menor nível que o observado nos anos anteriores. Para este ano, não há sinais de que esse cenário irá se alterar. A possibilidade de aumento da taxa Selic e as novas regras para financiamento da Caixa devem fazer com que muitos acabem adiando o sonho da casa própria. Com isso, a demanda pelo aluguel deve crescer e os preços devem continuar subindo, afirma Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
Raio X dos preços (do m² em cada cidade)
| 2023 | 2024 | Variação | |
| São Paulo | R$ 59,82 | R$ 65,63 | 9,72% |
| Rio de Janeiro | R$ 39,09 | R$ 42,22 | 10,16% |
| Belo Horizonte | R$ 33,73 | R$ 38,36 | 13,71% |
| Curitiba | R$ 36,43 | R$ 42,02 | 15,34% |
| Porto Alegre | R$ 32,12 | R$ 36,84 | 14,71% |
| Brasília | R$ 43,46 | R$ 49,94 | 15,73% |
Ano de desaceleração nos preços
Após a recuperação das perdas durante a pandemia em 2023 e de um processo intenso de aceleração nos preços, o que se viu no ano passado foi um arrefecimento. Os preços continuaram a subir, mas não na mesma proporção que no ano anterior.
As altas acumuladas em 2024 não passaram dos 15% em nenhuma das seis capitais analisadas – situação bem diferente da observada no final de 2023, quando Belo Horizonte chegou a expressivos 22,88% e Curitiba, a 21,03%.
“Não são altas inexpressivas, principalmente se comparadas à inflação acumulada em 2024. Mas mostram uma mudança no cenário, diz Reis.
Porto Alegre, que teve um ano atípico em razão do desastre ambiental que impactou significativamente o mercado de locação, fechou o ano com uma alta ligeiramente maior que no ano anterior – mas pouco representativa (uma diferença menor que 1%).
Apenas Brasília teve, de fato, um crescimento maior. Em 2023, a capital federal registrou uma alta acumulada no ano de 9,09%. Em 2024, esse percentual foi a 15,73%. No último mês do ano, porém, a cidade teve uma queda no preço, após meses de altas consecutivas.
Imóveis menores em destaque
Diferentemente de 2023, o ano passado também foi marcado pela valorização dos apartamentos menores, de um quarto. O preço médio do metro quadrado dessas unidades cresceu mais que o de imóveis de dois e três dormitórios na maioria das cidades analisadas.
“Se antes a dinâmica de trabalho com os modelos remoto e híbrido fez com que a valorização de apartamentos maiores ganhasse destaque, o que se viu no ano passado foi uma mudança de comportamento. As pessoas voltaram a procurar imóveis perto dos grandes centros e pólos de emprego, com acesso facilitado ao transporte público, o que fez a demanda por apartamentos mais acessíveis crescer. Isso impulsionou também o preço dos studios, afirma o gerente de Dados.
Um exemplo que retrata bem essa nova realidade é a Vila Olímpia. O preço do metro quadrado no bairro da Zona Sul de São Paulo, que apresenta uma grande oferta de microapartamentos, ultrapassou os R$ 100. A região é a mais cara da cidade e só perde para o Leblon, no Rio, dentre todas as capitais analisadas.
Baixos descontos nas negociações
E se no final de 2023 o desconto médio nas negociações havia diminuído consideravelmente, em 2024 esse processo se acentuou ainda mais. Todas as cidades fecharam o ano com percentuais mais baixos que os registrados um ano atrás – no caso de Brasília, ele se manteve igual.
Média dos descontos (em cada cidade)
| 2023 | 2024 | |
| São Paulo | 3,7% | 3,1% |
| Rio de Janeiro | 2,6% | 2,4% |
| Belo Horizonte | 3,0% | 2,6% |
| Curitiba | 2,9% | 2,2% |
| Porto Alegre | 3,6% | 3,0% |
| Brasília | 2,1% | 2,1% |
“Os dados revelam um mercado bastante aquecido. Apesar de não ser uma notícia tão boa para os inquilinos, é importante ressaltar que ainda existe margem para negociação. Por isso, é essencial se preparar para conseguir barganhar e obter o melhor preço. Pesquisar bem, verificar o preço médio de imóveis vizinhos ou no mesmo condomínio, fazer a lição de casa para fazer o valor caber no bolso, conclui Reis.
Sobre o índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb | Metodologia
A metodologia do índice usa um modelo de preços hedônico, flexível, e incorpora dezenas de variáveis estruturais e locacionais para melhorar a qualidade e precisão dos dados. Fatores como tamanho, número de vagas de garagem, acessibilidade a escolas, entre outros, são levados em conta. Como resultado, o índice se mostra um retrato fiel das tendências no mercado.
O índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb está em São Paulo, Rio, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília e tem periodicidade mensal.